domingo, 21 de março de 2010

Do Pertencimento


Num canto com um tom de velhice, ela anda tão apressada que você não desconfiaria que carrega o sobrepeso do mundo na cabeça. Tentando equilibrar-se, porém sem nenhum esforço aparente para não cair.


Além do mais, não é daquele tipo que você pode fingir que não viu passar. Você a viu. Ela e toda a sua bagagem invisível.


Tirando um cigarro do bolso, ela mostra a razão de sua pressa: “área de fumantes à direita”.


No cantinho do canto não mais tão velho, traga todos os seus sentimentos junto com a fumaça.


Seguia com seu plano - afinal, todos deveriam saber – porém não esperava ser traída pelo próprio eu quando, no cantinho do olho esquerdo, apresentou-se um tracinho de felicidade, ao que logo puxou os óculos não tão escuros assim.


Mas bagagens só servem para um coisa, não é?! Levantou-se rapidamente, antes que mais alguém percebesse que ela sente, e continuou.

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