terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Copa do Mundo e Viagens

Conhecer sem querer, fingir não conhecer. A lua tramando e o Sol só rindo. Pernilongos fofoqueiros tentando ouvir o quê era dito. Lamentos por todos os lados, erros a serem reparados. Sem reparo. Se reparo...

Reparam. Quebro. Nunca contei que sim, eu agi com o coração. E fiz merda. Longas e repetidas vezes. Mas e se esse fosse o caminho? Foi. E o desvio também.

A viagem de volta passou do destino. Começou outra, com tantos ou mais acidentes. Aquela velha impressão de injustiça quando o carona se machuca por um erro do motorista. Mas, ainda assim, é uma carona, né?! Melhor não reclamar.

Reclamo. Reclama:

- Abre a janela pra entrar um ar.
- Odeio vento.
- Mas é melhor do que o sufoco que tá aqui.

Concordo.

Cabelos despenteados tampam a visão. Já não posso fechar o vidro, acendi um cigarro. E outro, e outro, e outro. Enquanto o maço não acaba, aguento. E depois? Fechar o vidro, com toda a pressão que se faz – dentro e fora – parece cada vez mais difícil. Com quatro mãos, talvez, mas pra isso, teremos que estacionar.

- Acho melhor procurar um acostamento, hein.
- Não sei se vai dar certo.
- Já não tá dando.
- Você ta chorando?
- Não, é o vento. Falei que odeio essa porra.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Choro Toda Noite Sem Saber Por Quê


E o choro
que vai,
sem saber de onde veio,
carregando
minhas certezas,
vontades e
sujeira.
Não adianta limpar o quê já é vazio.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O Pudim

Minha avó faz o melhor pudim da cidade. Eu não gosto de pudim, entende? É como se, na minha vida, eu sempre tenha o quê não quero. Biblioteca de oportunidades e opções, nenhuma que me faça os olhos serem espelhos de poças. Alias, poças não, porque essas fazem parte. Dos olhos e dos pés. Espelhos de rio ao amanhecer, naquela hora em que, por descuido, os matinhos deixam-se pegar saindo do banho, antes de se secarem. Eles não têm isso, entende? Aham. Eles não