domingo, 27 de fevereiro de 2011

E você vai e volta e fica e espera. Espera passar o que nem foi e nem vai. Espera em pé quem nem saiu de casa. Deita pra ver quem não consegue falar.

E você liga liga liga tu tu tu tum tum e ninguém ouve suspiro e ninguém ouve tosse e ninguém ouve

silêncio.

Ahhhh, grita o som turvo e falho das minhas palavras. Urrr, fazem meus dedos sangrando azul. Riscam paredes, ruas, cidades. Pudera riscar o mundo e não escrever mais.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A do

Salgado o vento de hoje cedo,
O bolo da minha mãe,
A água no meu rosto.

Pesado teu chapéu
que carrego nos braços.
Prezados seus traços
que não consigo mais acompanhar.
Pensado
o dia em que te vi e virei o rosto e depois te vi de novo e você sorriu.

Sonhados nossos sonhos,
Sambados nossos gritos,
Roubados: eu, você e quase todo o mundo como a gente conhece.

Passado
que espera o atrasado
sorriso do que há por vir
ou por ti.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Meu Avô

Meu avô,
que parecia com Drummond,
lia Machado
e tinha alma de Caio,
mas gostava mesmo era de inglês.
E de relógios.