quarta-feira, 29 de agosto de 2012

E aquele horror ao saber que chegara seu fim, foi a coisa mais profunda que já sentiu. Chorou, não pela morte, mas pela vida que não viveu.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Burn Burn Burn

Sobre o frio, não me interesso. Se não queimam como eu queimo encarando seus olhos enquanto desvio a atenção dos meus em direção ao chão ou qualquer coisa como a fumaça do meu cigarro ou a parede daquele quarto reluzente onde pela primeira vez vi seus olhos fechados, não me interesso. Do meu interesse finjo que não me interesso enquanto você se interessa por tudo menos por mim. Se interessante fosse não ter você e seguir seguindo sua alma com toque de superioridade e soberba e sofisticação que envolve e sufoca e leva todo o resto até sua boca ou o desejo dela, eu o faria. Se em meus sonhos não me perseguisse como mãe filha que mostra e desmostra e me mostra o quê quero sem falar ou fazer sorrindo pra mim e insinuando bem de perto que me quer como te quero assim bem quente e quentinha na sala no quarto no chão na escada na janela na cama no sofá na cadeira no chuveiro no fogão no tanque na mesa na cômoda no armário na pia enfim, não precisaria estar aqui escrevendo sem parar sem ponto ou inspiração como o contínuo que não é essa história sem relação cheia de interrogação exclamação mas pouca ação.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sem meios de voltar ao começo, sem vontade de fazer diferente. Cansada, só cansada. Pego o último rastro e me guio até lá. Vocês vão entender. Precisam. Preciso.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Não Feito

Todas as músicas que eu queria ter feito,
todas as frases que queria ter escrito,
todas as pessoas que quero abraçar,
disparando em dó um poema da falta,
lembrando o quê eu queria falar
se já não tivesse sido dito
e todas as bocas que quis beijar,
desse jeito tão aflito,
que não sei mais se grito
ou se fico
esperando passar.

Ausência


A angústia do espaço vazio que insisto em achar no copo meio cheio e colorido com o qual desfilo por aí ri de volta em todas as noites frias dessa cidade de vidro.
Rir sozinha olhando para baixo enquanto seguro minha própria mão deve parecer bonito, mas a beleza da ausência é a única que vale a pena ser notada.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Laranja

Vejo laranja em todos os cantos e lembro
da tarde fria insistindo em me olhar.
Do café, a fumaça
Do meu rosto, o sorriso.
Tudo se fazia quente embaixo do seu edredom.
Mas espera, já é outubro
e quase nada restou.
Engole seco,
isso já passou.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

pseudo-cult

Poderia falar sobre os céus de Van Gogh
e as águas de Monet
só pra te comer.