Baseado na música “Pianinho” - Esteban
“Eu vou tentar mais uma vez”, dizia o cantor no meu celular. Até quando dura essa persistência, essa esperança?
Não importa o tempo que passe, é sempre a mesma coisa: corações destroçados, mãos abandonadas, abraços solitários, planos arruinados.
Quantas vezes será preciso passar pelo “mais uma vez”? Não sou tão criativa assim. “Cadê? Cadê?” a voz não para de me perguntar. Digo que vi uma vez, e tentei explicar – não deu muito certo.
O cara no meu ouvido continua, perguntando “quem é você que não me vê? Cadê você que eu não vejo?”
Devia ter me lembrado que olhar pro Sol por muito tempo nos deixa cegos. Devia ter se lembrado que ninguém olha pro Sol a vida inteira. Aliás, preferimos dias nublados, ainda mais claros.
Então, quando a clare-cegueira passar, melhor olhar pro lado do que pra cima e torcer para que a claridade ajude a achar o caminho.
Enquanto isso, vou escondendo que “sozinho eu não sei aonde ir”
domingo, 16 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Copa do Mundo e Viagens
Conhecer sem querer, fingir não conhecer. A lua tramando e o Sol só rindo. Pernilongos fofoqueiros tentando ouvir o quê era dito. Lamentos por todos os lados, erros a serem reparados. Sem reparo. Se reparo...
Reparam. Quebro. Nunca contei que sim, eu agi com o coração. E fiz merda. Longas e repetidas vezes. Mas e se esse fosse o caminho? Foi. E o desvio também.
A viagem de volta passou do destino. Começou outra, com tantos ou mais acidentes. Aquela velha impressão de injustiça quando o carona se machuca por um erro do motorista. Mas, ainda assim, é uma carona, né?! Melhor não reclamar.
Reclamo. Reclama:
- Abre a janela pra entrar um ar.
- Odeio vento.
- Mas é melhor do que o sufoco que tá aqui.
Concordo.
Cabelos despenteados tampam a visão. Já não posso fechar o vidro, acendi um cigarro. E outro, e outro, e outro. Enquanto o maço não acaba, aguento. E depois? Fechar o vidro, com toda a pressão que se faz – dentro e fora – parece cada vez mais difícil. Com quatro mãos, talvez, mas pra isso, teremos que estacionar.
- Acho melhor procurar um acostamento, hein.
- Não sei se vai dar certo.
- Já não tá dando.
- Você ta chorando?
- Não, é o vento. Falei que odeio essa porra.
Reparam. Quebro. Nunca contei que sim, eu agi com o coração. E fiz merda. Longas e repetidas vezes. Mas e se esse fosse o caminho? Foi. E o desvio também.
A viagem de volta passou do destino. Começou outra, com tantos ou mais acidentes. Aquela velha impressão de injustiça quando o carona se machuca por um erro do motorista. Mas, ainda assim, é uma carona, né?! Melhor não reclamar.
Reclamo. Reclama:
- Abre a janela pra entrar um ar.
- Odeio vento.
- Mas é melhor do que o sufoco que tá aqui.
Concordo.
Cabelos despenteados tampam a visão. Já não posso fechar o vidro, acendi um cigarro. E outro, e outro, e outro. Enquanto o maço não acaba, aguento. E depois? Fechar o vidro, com toda a pressão que se faz – dentro e fora – parece cada vez mais difícil. Com quatro mãos, talvez, mas pra isso, teremos que estacionar.
- Acho melhor procurar um acostamento, hein.
- Não sei se vai dar certo.
- Já não tá dando.
- Você ta chorando?
- Não, é o vento. Falei que odeio essa porra.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Choro Toda Noite Sem Saber Por Quê
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
O Pudim
Minha avó faz o melhor pudim da cidade. Eu não gosto de pudim, entende? É como se, na minha vida, eu sempre tenha o quê não quero. Biblioteca de oportunidades e opções, nenhuma que me faça os olhos serem espelhos de poças. Alias, poças não, porque essas fazem parte. Dos olhos e dos pés. Espelhos de rio ao amanhecer, naquela hora em que, por descuido, os matinhos deixam-se pegar saindo do banho, antes de se secarem. Eles não têm isso, entende? Aham. Eles não
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Chuva de Verão
sábado, 23 de outubro de 2010
Realidade
Olhos fechados. Espero: sua boca, seu cheiro, seu cabelo no meu rosto, sua respiração no meu ouvido, sua mão na minha cintura, minha unha nas suas costas.
De olhos fechados, acontece tudo que se imagina – ou se imagina tudo que acontece?
Perto de você, toda vez que fecho os olhos, eu sonho. Mas, sonho mesmo, é abrí-los e você continuar aqui.
De olhos fechados, acontece tudo que se imagina – ou se imagina tudo que acontece?
Perto de você, toda vez que fecho os olhos, eu sonho. Mas, sonho mesmo, é abrí-los e você continuar aqui.
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