Me dirijo à sua casa numa tarde chuvosa:
- “Que não tenha quebrado o violão”.
Afinal, você nunca disse que me ama
E não seria a primeira coisa que quebra em mim.
Nossas rotas enfim voltam a seu curso natural
Se desenlaçam desse embolo que fomos
Eu e você.
Existimos? Sinto seu tremor em minha pele.
As portas antes-e-sempre abertas,
Se fecham com força ante meu rosto.
Agradeço pela dor,
Dessa vez vou deixar sangrar.
Afinal, você nunca disse que me ama
E eu também não disse nada.